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segunda-feira, 7 de março de 2011

Velejadores alemães descobrem a hospitalidade baiana em pleno Carnaval

Velejadores alemães descobrem a hospitalidade baiana em pleno Carnaval"Velejar e conhecer pessoas e países diferentes"
“Velejar e conhecer pessoas e países diferentes”. Guiados por este espírito, o casal Andreas e Nana Wester deixou a Alemanha há seis meses para uma viagem de três anos de volta ao mundo. Em Salvador, descobriram que a famosa hospitalidade baiana não tira folga nem mesmo durante o Carnaval.

Os planos de passar a folia momesca com a filha Nicole quase foram arruinados quando souberam que ela perdeu a conexão Berlim-Madri e, consequentemente, o voo de sábado rumo a Salvador. Com a ajuda do programa Guias e Monitores do Carnaval, conseguiram remarcar o voo de Nicole, cuja chegada é aguardada para a noite desta segunda-feira (7).

“Eles ficaram tão satisfeitos com o atendimento que fizeram questão de agradecer a todos os profissionais do call center”, relata a guia Irma Hellwig, que atuou como intérprete de seus conterrâneos.

Em retribuição pelo auxílio nos contatos feitos com os aeroportos de Salvador, Buenos Aires e Berlim, Irma ganhou um convite para conhecer “o lar” dos Wester: O Miepke2, um veleiro ETAP 38i, de fabricação belga, atracado no Centro Náutico da Bahia, no Comércio.

A bordo do monocasco de 11 metros de comprimento, Irma comemorou o aniversário com seus novos amigos. A idade ela não revela. Sabe-se apenas que vive há 53 anos no Brasil, os últimos cinco anos dedicados a guiar turistas alemães no Centro Histórico de Salvador.

A proximidade do atracadouro do Mipeke2 com o call center do Disque Bahia Turismo ajudou a cruzar os destinos dos Wester com Hellwig. Excepecionalmente durante a folia momesca, a base operacional do serviço desloca-se do prédio da Secretaria de Turismo, no Iguatemi, justamente para o Centro Náutico da Bahia. “Sempre atendo com muito prazer quando me chamam para trabalhar aqui no Carnaval e este ano não foi diferente”, diz Irma.

Os Wester deixarão Salvador após o Carnaval rumo ao Rio de Janeiro. Da capital fluminense, Nicole retorna a Berlim, mas seus pais seguem viagem para Montevidéu, Buenos Aires, Ilhas Galápagos, Austrália, Ásia, África, até contornarem pelo Cabo da Boa Esperança e subirem de volta rumo à Europa pela costa oriental do continente africano.

A embarcação tem um tanque de 100 litros de combustível, o que dá uma autonomia de 500 km. Pouco se considerados que a distância entre alguns portos é supérior aos 3.000 km. Por isso a ordem é economizar combustível, usar a força dos ventos e, na ausência destes, cruzar os braços e esperar, como fizeram nos dois dias que passaram à deriva no Oceano Atlântico.

A caminho do território brasileiro, o casal conheceu o momento mais crítico da viagem. “Precisamos fazer uma parada de emergência no árquipélago São Pedro e São Paulo para socorrer Nana”, relata Andreas, enquanto a mulher exibe as marcas de queimadura na perna direita provocada por água fervente.

Depois da calmaria em Fortaleza, novas turbulências em Salvador, com a eminência de desencontro com a filha.”Antes de partir, vocês deveriam pedir proteção a Nosso Senhor do Bonfim”, aconselha Irma, para quem uma visita dos navegadores à Colina Sagrada é mais do que recomendável, a despeito de Nana já ostentar no pulso a fitinha do Bonfim.

Os Wester já passaram por Holanda, Belgica, Espanha, Portugal, Marrocos, Ilhas Canárias, Inglaterra e Cabo Verde. Estão preparados para situações ainda mais críticas, sobretudo com o mau tempo nos cabos Horn e da Boa Esperança, e principalmente no longo trajeto entre o Chile e as Ilhas da Polinésia.

O convite para o Bonfim foi bem recebido. Mas ao final de cada trecho de sua jornada, os Wester só querem mesmo é encontrar anjos da guarda como Irma em portos hospitaleiros com Salvador, São Pedro e São Paulo.
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