Mudança do Garcia traz protestos e irreverência na Avenida

Cheia de irreverência e participação popular, com protestos políticos e sociais

Segunda-feira de Carnaval é dia de grande blocos de axé no Campo Grande, mas entre eles eis que surge a invasão: a tradicional Mudança do Garcia, cheia de irreverência e participação popular, com protestos políticos e sociais, e mensagens dos mais variados conteúdos. “Nenhum grande trio quer passar depois da mudança, pois eles sabem que nós vamos ocupar a avenida e passar um bom tempo por lá”, comenta Gilson da Silva, 62 anos, que há 48, frequenta o desfile. São inúmeros os freqüentadores: trabalhadores, sindicalistas, gente fantasiada e transvestida, personalidades da cidade, gente comum e políticos, que seguem o cortejo sem cordas, animados pelo som das bandas de fanfarras e por um samba improvisado bem ali, na hora. Uma das figuras ilustres presentes no bloco é o famoso Bira do Jegue (usa fantasia de Carlitos), que este ano não pôde trazer o seu animal para o circuito. “Estou retado, pois tiraram o jegue da Mudança. O jegue é o símbolo do trabalho, da luta, da resistência à fome. Foi no lombo do jegue que Jesus e a Virgem Maria fugiram de Herodes, e é no lombo dele que o nordestino foge da seca”, bradou a personalidade, a pé. Ronaldo fenômeno, a presidente Dilma Rousself, o setor de construção civil da Bahia foram os alvos dos críticos cartazes. Mensagens contra o machismo, preconceito racial, combate a violência sexual e pedofilia também eram muito freqüente

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