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domingo, 2 de outubro de 2011

Portão aberto para a alegria

A lua já sorria no céu


A lua já sorria no céu quando os tambores do Bankoma rufaram pela avenida Santo Antônio, emocionando a todos que assistiam ao trio na abertura da Micareta de Portão. “Fiquei muito emocionada de ver esse trabalho excepcional que o grupo pratica. Me fez sentir muita saudade de Raimundo Neves”, expressou a prefeita Moema Gramacho. Esta é a primeira vez que o bloco se apresentou no evento sem seu líder e fundador, falecido em junho, que também era presidente do Conselho de Cultura de Lauro de Freitas.
Para o vice-prefeito João Oliveira, a comunidade de Portão tem um momento ímpar de integração, quando as diferenças se encontram em clima de alegria e fraternidade. “Não consigo nem descrever o meu sentimento... sou só sorrisos”, traduziu Jéssica Neves, rainha do cortejo que puxou do trio do Bankoma. “Me sinto muito orgulhoso de participar de um bloco que estimula a cultura e diz não à discriminação”, completou Emerson Araújo, que saiu na comissão de frente com 14 mulheres.
Em seguida, o bloco Pé de Samba deu outro tom à folia quando entrou na avenida com uma homenagem ao sambista Arlindo Cruz. “Estou aqui flutuando; danço com a mão na cabeça para não perder o juízo. Posso até morrer de sambar, mas não ‘deixo o samba acabar’”, exclamou Victor Mendes, que veio de Villas para curtir a Micareta de Portão.
Antônio Lírio, secretário Municipal de Cultura, percorreu todo o circuito da festa ao lado de amigos e familiares. “O publico vem sempre com o mesmo fervor para a avenida há mais de 20 anos. O povo aguarda o ano inteiro por este momento. O que mais me impressiona é um bairro com tantas dificuldades e estereótipo de violento, fazer uma festa pacífica. A energia daqui é bem diferente do Carnaval de Salvador. Esta é a melhor vitrine do povo de Portão”, frisa.
A muvuca estava armada quando o Igor Kanario chegou com A Bronkka. O público abriu alas para o ‘principe do gueto’ passar, tirando a galera do chão no bloco Furakão. Um mar de gente gingava para lá e para cá ao som da banda que é uma das sensações da Micareta. “A expectativa é de sucesso total hoje e domingo. A Bronkka vem para provar que Portão não tem nada a ver com violência”, certifica Alinaldo Furakão, diretor do bloco.
Para Batatinha, radialista da Nova Salvador, dar oportunidade através das políticas públicas é fundamental para que as pessoas saiam de casa para viver a realidade sem medo de ser feliz. “A comunidade se sente prestigiada, é uma maneira de fazer com que a cultura popular esteja presente nas ruas, para que o povo não fique com a sensação de que tem que sair do município para curtir as festas”, pontua a baiana de acarajé Maria Aparecida Souza.
De acordo com Ápio Vinagre, Secretário de Governo da prefeitura, “a festa de Portão se caracteriza por essa alegria e a simbiose musical é uma das marcas desse evento. Gente bonita e de todas as cores, idades e lugares vem se unir para entoar as mesmas canções. Além disso, muitas parcerias foram firmadas no sentido de garantir segurança e conforto à população”, assegura. Sob o olhar das câmeras de videomonitoramento, agentes de saúde distribuíram preservativos e ambulantes padronizados alimentavam a fome da população. “A galera chega junto, é 100% energia e diversão”, descreveu Val, da barraca Drinks, que oferece ousados coquetéis como o ‘na bunda’ (limão, vodka, leite condensado e catuaba) ou o ‘xoxota’ (groselha, limão leite condensado e gelo).
Já passava da meia noite quando o bloco 1º Beijo cruzou o circuito, com a banda Pegadeira, deixando um gostinho de quero mais na boca dos foliões, que permaneceram nas ruas dançando ao som das casas e estabelecimentos até o dia clarear. Sábado as atrações se iniciam as 16h com a batida e os versos do bloco Banca Rapp. Na sequência o Bloco Mirim, com mais de 600 integrantes até 12 anos vestidos de Mulher Maravilha e Super Homem, Primeiro Beijo, os Sungas e As Perigosas. E Domingo promete mais um momento particular: o sincretismo religioso e o desfile de grupos culturais tomarão conta da avenida, a partir das 9h com o Cortejo Cultura.
Segundo Jailton Carvalho Santana, capitão da Polícia Militar, a temperatura estava amena e até o final do primeiro dia de folia, menos de dez ocorrências foram registradas.

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