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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Baianos vão às ruas comemorar a Independência da Bahia

“Neste dia, até o sol é brasileiro”



“Neste dia, até o sol é brasileiro”. Um sábado ensolarado fez jus ao trecho extraído do Hino ao de Julho. O sol prevaleceu durante todo o dia no cortejo comemorativo aos 188 anos de Independência da Bahia, que começou às 9h deste sábado (2), na Lapinha, percorrendo as principais ruas do Centro Antigo de Salvador (CAS).

Como manda a tradição, as atividades começaram com o hasteamento das bandeiras pelo governador Jaques Wagner, pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marcelo Nilo, e pelo prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro.

Em seguida, as autoridades depositaram flores no busto do general Pedro Labatut, um dos principais personagens na luta em prol da independência baiana sobre o domínio de Portugal.

Durante todo o percurso, o governador Jaques Wagner tirou fotos com populares e recebeu os cumprimentos das pessoas que fazem questão de prestigiar a data. “O dois de Julho, como todos sabem, é a maior data que a Bahia tem. É a data da cidadania. Gosto de repetir que é uma data nacional reverenciada pelos baianos, com absoluta participação popular”, frisou o governador que estava acompanhado da primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça.

Centenas de pessoas aproveitaram o tempo bom e prestigiaram o desfile das imagens do caboclo e da cabocla, além das fanfarras. A aposentada, Gildete Santos, 66 anos, se vestiu de verde e amarelo e foi para as ruas comemorar a conquista que, para muitos, é tão importante quanto a Independência do Brasil, celebrada no dia 7 de setembro. “Vim para representar Maria Quitéria, Joana Angélica e a nossa heroína, Maria Felipa, que expulsou os portugueses de Itaparica em 1822. Nossas heroínas fizeram com que estejamos aqui com orgulho vestindo a roupa do Brasil”.

Para o historiador e presidente da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro, o povo baiano “tem o compromisso com a independência e com a liberdade do povo brasileiro. É uma manifestação patriótica, verde e amarela, brasileira”.

Segurança

Para atender possíveis ocorrências, a Secretaria Estadual da Segurança Pública disponibilizou cerca de 1800 profissionais, entre bombeiros e policiais civis e militares. Todos atuam de forma estratégica na “Operação 2 de Julho”. Somente a PM, disponibilizou um efetivo de 1.434 policiais.

“Nesses festejos cívicos, estamos atuando para garantir a segurança das pessoas que vêm comemorar uma data histórica para a Bahia”, disse o secretário de Segurança, Maurício Barbosa.

Além das performances das fanfarras e da organização do evento, um outro item chamou atenção da professora Ana Lucia Bessa da Rocha: a segurança. “Eu venho todos os anos e nunca tive problema algum. Este ano a segurança também está ótima. Tudo mais bonito e organizado. Cada ano está melhor”.

Homenagens

Por volta das 14h, o governador Jaques Wagner, secretários de Estado e representantes das forças armadas brasileiras (Marinha, Exército e Aeronáutica) participaram da homenagem realizada ao general João Francisco de Oliveira, na sede do 2º Distrito Naval da Marinha do Brasil. De acordo com o vice-almirante e comandante do 2º distrito, Carlos Autran, João das Botas, como é mais conhecido, é outro importante personagem na história brasileira porque foi responsável por conduzir as batalhas contra as tropas marítimas portuguesas durante a luta pela independência da Bahia. “Ele liderou uma verdadeira esquadra na Baía de Todos-os-Santos que combateu os portugueses, fazendo emboscadas. Isso facilitou as ações das tropas em terra”.

Logo após as homenagens realizadas pela Marinha do Brasil na sede do 2º Distrito Naval, no Comércio, o governador, que participou intensamente de toda a comemoração acompanhado por uma multidão, seguiu para a homenagem realizada pela Câmara de Vereadores, na Praça Municipal, no Centro Antigo de Salvador (CAS).

A exemplo da caminhada realizada pela manhã (da Lapinha ao Pelourinho), o governador Jaques Wagner também realizou a pé o percurso da tarde que partiu do CAS até a Praça 2 de Julho, no Campo Grande, onde novamente foram executados os hinos Nacional e ao Dois de Julho, desta vez, comandados pelas bandas da Marinha, Exército, Aeronáutica e Polícia Militar da Bahia.

O nadador baiano Edvaldo Valério foi o responsável por acender a pira com a tocha que partiu do município de Cachoeira e seguiu num esquema de revezamento até Pirajá e, por fim, até a Praça Dois de Julho. As bandeiras do Brasil e da Bahia foram hasteadas pelo governador Jaques Wagner e pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo. Em seguida, foram reconduzidas até a metade do mastro em luto pela morte do ex-presidente da República, Itamar Franco. “Seguramente, Minas Gerais e o Brasil perdem um grande homem público”, disse o governador.

As autoridades também depositaram flores no monumento Dois de Julho. O conjunto de esculturas tem 25,8 metros e é um dos principais cartões postais do Campo Grande e representa cada um dos homens e mulheres que morreram em busca da liberdade da nação.

Pacto Pela Vida

O programa Pacto Pela Vida também foi um dos destaques dos 188 anos de Independência da Bahia. Além de balões gigantes, faixas em locais estratégicos chamavam atenção para a iniciativa do governo do Estado, que já tem a adesão dos principais segmentos da sociedade baiana no trabalho para a redução dos índices de violência e diminuição dos crimes contra a vida.

Encerrada as atividades cívicas, o público ainda pode prestigiar a partir das 19h de sábado (2), na Praça Dois de Julho, a 20ª edição do Encontro das Filarmônicas, sob a regência do Maetro Fred Dantas. Do dia 3 ao dia 5 de julho, das 9h às 18h, no mesmo local, será realizado o projeto “Ao pé do caboclo”, com feira de livros, contação de histórias e performances artísticas.

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