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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mercado Cultural começa nesta sexta-feira em Salvador

Polyphinia Ensemble, da Alemanha, é uma das atrações






Evento que já faz parte do calendário artístico anual de Salvador, o Mercado Cultural, uma iniciativa do Instituto Casa Via Magia, acontece este ano desta sexta-feira (02) até o dia 7 de dezembro, com sete atrações internacionais e 14 nacionais, entre  música, teatro e cultura popular.
Na verdade, o evento já vem acontecendo pelo interior da Bahia desde o dia 26: é a Caravana Cultural, que termina nesta quarta-feira, 1º, em Vitória da Conquista e percorreu as cidades de Ibirataia, Valentim, Ipiaú, Boa Nova, Dário Meira (localizadas na região do Médio Rio das Contas) e  Itabuna.
Do exterior, o Mercado Cultural traz este ano as atrações Chris Combette (Guiana Francesa), Papa Zon (Guiana Francesa/ Burkina Faso), a dupla Houria Aïchia & L’Hijâz’Car (Argélia / França), Atri N’Assouf (Mali), Polyphinia Ensemble Berlin (Alemanha), o grupo Exploration of Colors e Jeong Ga Ak Hoe, ambos da Coreia.
Da Bahia, o grupo Viola de Arame, Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia (Neojiba) e o violonista Marcelo Ganem, apontado como uma referência do sul baiano, se revezam entre as apresentações em Salvador e no interior do Estado.
Peças teatrais  - Estes artistas, que respondem pela programação musical, se concentrarão, em sua maioria, no Teatro Castro Alves. Na programação de teatro, o Mercado Cultural oferece como atrações as peças Engenho K, do Grupo Via Magia, e Flutuações, do Grupo Contadores de Estórias (do Rio de Janeiro).
A primeira é uma adaptação livre d’O Processo, de Franz Kafka. Já Flutuações se desenrola em torno do relacionamento de uma moça, um jovem e um guarda-chuva, com utilização de bonecos e estética inspirada em xilogravuras japonesas.
Haverá ainda duas mostras de artes visuais:  Guardados, do fotógrafo Paulo Coqueiro e Territórios da Bahia e Economia Criativa. Em Guardados, Coqueiro enfoca as pessoas do interior, seus objetos e pertences. 
Estrangeiros - Compositor e pianista de renome internacional, Benjamim Taubkin é o curador musical do Mercado Cultural há dez anos. E para cada edição, ele tenta delinear um perfil específico.
Para este ano, Benjamin pensou em concentrar o grosso da programação nas atrações estrangeiras. “Já tivemos anos em que a produção nacional respondia por cerca de 80% da programação”, lembra.  “Então, este ano, a maior parte das atrações em Salvador é de fora do Brasil”, diz.
A iniciativa é certamente bem-vinda – não apenas por que Salvador é cronicamente mal-servida em atrações internacionais de qualidade, mas também porque são artistas que circulam à margem do circuito comercial. “Teremos música de regiões que raramente vem ao Brasil, como Argélia, Coreia, Mali e Guiana Francesa”, lista.
“O critério de seleção, em geral de toda a programação do Mercado, é que a música, independente de ser tradicional, eletrônica ou contemporânea, é que tenha  forte identidade local. Nós sempre  partimos desse principio”, explica.
Taubkin acompanha com olhar crítico o que vem acontecendo na Bahia. “Eu acho que a axé music teve suas construções. Mas também foi uma força destruidora. Ninguém pode ser feliz 365 dias por ano. Quando você não assume sua tristeza, isso gera uma sombra, que é ainda pior”, crê. “Hoje, a Orkestra Rumpilezz é o que há de mais positivo na Bahia. Letieres  Leite  utilizou esses ritmos incríveis que tem aí de forma muito inteligente”, elogia.

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